terça-feira, 14 de agosto de 2007

«A Editorial Caminho é uma das mais importantes e prestigiadas editoras portuguesas. Fundada em 1975, cresceu rapidamente sobretudo na área da publicação de autores portugueses contemporâneos – ficção e poesia, livros para a infância e juventude, ensaística de temas portugueses. Nomes como José Saramago, Sophia de Mello Breyner Andresen, Mário de Carvalho, Maria Isabel Barreno, Almeida Faria, Alice Vieira, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Daniel Sampaio, Gonçalo M. Tavares, entre muitos outros, são autores que publicam regularmente na Editorial Caminho e que ocupam um lugar cimeiro nas letras portuguesas de hoje. Na Editorial Caminho ocupam também um lugar de destaque as literaturas africanas de língua portuguesa. Autores como Mia Couto, José Craveirinha, Germano Almeida, Manuel Lopes, Ondjaki estão incluídos no catálogo da Editora. A criação de uma editora em Moçambique – Editorial Ndjira – e outra em Angola – Editorial Nzila – reforçaram a importância da Caminho nesta área.Não podemos deixar passar sem referência os trabalhos de ilustração que habitam os livros da Editorial Caminho. Nesta área, realçamos os nomes de Alain Corbel, João Caetano, Danuta Wojciechowska, Teresa Lima, Gémeo Luís ou José Miguel Ribeiro. Destacamos ainda a presença de revistas como a Vértice, O Professor, Administração Democrática e Ficções que, nos seus conteúdos, focam temas de importância literária, social, económica, política e educativa.Os numerosos prémio atribuídos a autores da Caminho – dos quais se destaca o Prémio Nobel, atribuído em 1998 a José Saramago -, atestam a importância que a Caminho adquiriu na vida editorial e literária portuguesa.»

Fonte: site da Editorial Caminho

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Sargentos políticos dispostos a tudo

«Ribeiro Cardoso - Foste para onde? Há aí um novo período difícil da tua vida profissional...
Baptista Bastos - Trabalhei, durante seis meses, para o João Soares Louro, fui para o "Europeu" e segui para "o diário", onde experimentei alguns dos mais nefastos momentos do meu trajecto profissional. Criaturas que possuíam a carteira do sindicato e que nada tinham a ver com jornalismo: eram, apenas, sargentos políticos dispostos a tudo. Desejo colocar os nomes desses senhoritos à margem desta conversa, desejadamente asseada. Claro que me senti feliz em trabalhar com gente como o António Borga, o Luís de Barros, a Teresa Horta, o Joaquim Benite, o Alferes Gonçalves, o João Paulo Guerra, o Sérgio Figueiredo... Deixo para um texto memorialístico que estou a escrever o cuidado de escarmentar quem é desprezível. Mas quero fazer uma grande ressalva: os cuidadosos avisos que me foram feitos pelo José Sucena, querido amigo e homem de bem. "o diário" foi uma experiência de cinco meses, inesquecível pela negativa.»

in
http://www.spautores.pt/revista.http://www.spautores.pt/revista.aspx?idContent=629&idCat=180

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

«Fundação José Saramago

Cito o jornal Público:"Nobel da LiteraturaFundação José Saramago vai lutar "por grandes e pequenas causas"04.07.2007 - 15h42 Lusa

O Nobel da Literatura José Saramago criou uma fundação com o seu nome que irá preservar e estudar a sua obra literária e espólio e ainda tomar partido "por grandes e pequenas causas".A notícia foi avançada na edição de hoje do semanário "Jornal de Letras" (JL), que publica em exclusivo a declaração de princípios escrita pelo autor para a Fundação José Saramago, criada a 29 de Junho, na qual expressa os seus desejos pessoais para a instituição.No documento, o autor determina que a fundação deve assumir nas suas actividades, como norma de conduta, "tanto na letra como no espírito", a Declaração Universal dos Direitos Humanos (assinada em Nova Iorque em 1948) e que mereçam particular atenção os problemas do meio ambiente e do aquecimento global do planeta, "os quais atingiram níveis de tal gravidade que já ameaçam escapar às intervenções correctivas que começam a esboçar-se no mundo"."Bem sei que, por si só, a Fundação José Saramago não poderá resolver nenhum destes problemas, mas deverá trabalhar como se para isso tivesse nascido. Como se vê, não peço muito, peço-vos tudo", apela o Nobel português.Sede em Lisboa e LanzaroteAinda de acordo com o JL, a sede da Fundação José Saramago será partilhada por Lisboa e Lanzarote, onde o escritor vive, terá uma delegação na Azinhaga do Ribatejo, aldeia natal do autor, e uma outra delegação em Castril (Granada).Nas instalações, o público interessado poderá encontrar todas as obras do Nobel da Literatura de 1998, escritas em várias línguas, discursos, entrevistas, teses sobre a sua obra, os diplomas das mais de quatro dezenas de doutoramentos "honoris causa" concedidos por universidades portuguesas e estrangeiras.Em Lanzarote ficará a biblioteca de José Saramago, composta por mais de 22 mil obras e a sua correspondência, um espólio que está a ser catalogado por dois especialistas espanhóis.Pilar del Rio, esposa de Saramago, irá presidir ao conselho de administração da entidade, que terá mais dois vogais — José Sucena, como administrador-delegado executivo, e Fernando Gomez Aguilera, presidente da Fundação César Manrique — sedeada em Lanzarote, com a qual existirão relações institucionais privilegiadas.Fundação vai tomar partido em causasEm declarações ao JL, Pilar del Rio declarou que a entidade não será neutra, e tomará partido "por grandes e pequenas causas" porque "somos humanos e tudo o que é humano nos interessa, pelo que não haverá assuntos políticos, económicos, sociais, culturais e do ambiente que nos sejam estranhos"."O património ético-moral e literário de José Saramago já faz parte da memória colectiva de milhões de pessoas em todo o mundo, que se sentiriam mais órfãs" sem uma entidade como esta, que será a depositária da obra, disse, acrescentando que a sede "será um lugar dinâmico e não um local de culto de personalidade".Além da preservação e estudo da obra literária, a entidade terá também como objectivos o apoio à difusão da língua portuguesa e ao surgimento de novos autores que nela se expressem, o intercâmbio com as literaturas lusófonas e o desenvolvimento das cátedras universitárias José Saramago.José Saramago irá constituir a base financeira necessária, por lei, à criação da fundação, que também estará aberta a doações, legados e mecenato, mas assume-se como totalmente independente de poderes políticos, administrativos e económicos, adianta o JL.Redigidos de acordo com a lei portuguesa, os estatutos da entidade subordinam-se, porém, à declaração de princípios escrita pelo autor.Além dos órgãos de gestão, funcionará um conselho de curadores composto por amigos do escritor e conhecedores da sua obra, entre eles Carlos Reis, ensaísta e professor universitário; o escritor Baptista-Bastos; o editor de longa data Zeferino Coelho; a sua filha; os seus netos; e ainda algumas individualidades espanholas."»

Maria do Sameiro Pedro in http://josesaramago.blogspot.com/2007/07/fundao-jos-saramago.html
«A concentração capitalista no sector livreiro continua em ritmo acelerado...
Paes do Amaral concretiza aquisição da editora Gailivro


DAVID MANDIM

Editora nortenha confirma que negócio está no "bom caminho"
O grupo editorial de Miguel Paes do Amaral vai concretizar nas próximas semanas a aquisição da Gailivro, editora nortenha especializada em livros escolares."Tivemos o primeiro contacto há dias e as negociações estão em cima da mesa. Nada está concretizado mas estamos no bom caminho", disse ao DN Carlos Letra, administrador e sócio maioritário da editora com sede em Vila Nova de Gaia. Carlos Letra adiantou que o negócio, a concretizar-se, "será muito bom para o campo editorial", explicando que é "muito difícil uma pequena editora resistir perante a má governação do Ministério da Educação (ME) no que toca aos manuais escolares".O editor aponta mesmo que estava condenado a "ir à falência", porque a política governamental "impede a edição de livros de qualidade e coloca as nove pequenas editoras sem possibilidade de competir". O ME tem ideias "retrógradas" e segue um caminho errado: "Parece que querem que haja livros mais fracos só para serem mais baratos." Por isso, argumenta Carlos Letra, o ideal "é mesmo ter três ou quatro grupos fortes, com possibilidades de oferecer produtos de qualidade".A aquisição da Gailivro pelo grupo de Paes do Amaral é, desta forma, praticamente certa. "Falava-se muito, mas posso garantir que o primeiro contacto aconteceu há dias. Não posso revelar mais sobre as negociações, mas em Setembro devemos ter tudo resolvido", avança Carlos Letra.A Gailivro deve assim passar para o universo das editoras geridas por Paes do Amaral (entre as quais a Texto, Caminho e Asa). Carlos Letra deixará, em princípio, a administração e passará a integrar o gabinete didáctico-pedagógico do grupo.A Gailivro tem uma quota de mercado nacional de 23% no que respeita à edição de manuais para o primeiro ano de escolaridade. Edita cerca de 12 manuais escolares por ano e 160 livros na área da literatura infantil. Carlos Letra destaca ainda que têm 89 livros editados que estão incluídos no Plano Nacional de Leitura.Quanto às futuras apostas, os objectivos serão definidos pelo novo grupo proprietário, caso o negócio, como tudo indica, se venha a concretizar.»
Fonte: DN
«Agora que a Caminho foi comprada pelo Rupert Murdoch dos pequeninos, Paes do Amaral, como se sentirá o anti-capitalista Saramago?
Estaremos condenados à concentração editorial, com o consequente empobrecimento da oferta?»

Sérgio Lavos in http://retrato-auto.blogspot.com/2007/08/portugal-para-o-portugus.html

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

«9.8.07 Os camaradas andam à facada...

... como é costume: pancadaria de criar bicho. Os ultra-ortodoxos contra o laureado (aqui). Mas sobre os trabalhadores da Atalho... nem ai nem ui.
Fazem de conta que só leram alguns pedacinhos das célebres entrevistas do laureado. Mordem-lhe pela simpatia dada a Durão Barroso.
Mas não repararam - os inocentes distraídos - na referência ao «homem honesto» Pais do Amaral. Não vá ele chatear-se e acabar com o negócio.

O perigo que ameaça os camaradas já não é a direita. Já não é o imperialismo. Já não é a globalização da pobreza. É a sua própria esquizofrenia.
Sejam ultras, ortodoxos, modernaços, patrões ou laureados.

No Pá Frente!, como é tradição, só se fala dos despedimentos dos outros.
Ou de arqueologia. Sobre Zita Seabra.
Dos escritores-camaradas-que-tanto-prejuízo-deram-a-esta-merda, devolvidos-pela-FNAC-com-portes-pagos-pelo-presidente-do-conselho, não se ouve uma palavra pública de preocupação ou solidariedade.

NÃO HÁ FESTA COMO ESTA!»

in http://editorialatalho.blogspot.com/2007/08/os-camaradas-andam-facada.html
«EM CASA DE FERREIRO

Eduardo Pitta dá-nos conta da compra da editora Caminho pelo grupo económico liderado por Pais do Amaral, com o consequente despedimento de 35 funcionários e o exílio (para o Cacém) dos sobreviventes.
Tudo isto porque a imponente moradia da Av. Gago Coutinho onde funcionava a Caminho, propriedade do PCP, albergará a curto prazo a novel fundação do nobel Saramago.
Não só lamento e estranho o absoluto silêncio dos sindicatos quanto a esta situação - em casa de ferreiro, espeto de pau - como muito me intriga a escolha de Saramago: não teria sido mais lógico eleger Madrid, capital da Ibéria, para sediar a sua fundação? Na geografia segundo Saramago, Lisboa será, quando muito, uma cidade de recreio. Nada que se compare, portanto, à importância de tão ilustre ibero.»

Ana Vidal in http://portadovento.blogspot.com/2007/07/em-casa-de-ferreiro.html
«Quinta-feira, Julho 19, 2007 PORTAS QUE ABRIL FECHOU

Como toda a gente sabe e os jornais têm noticiado, Pais do Amaral, ex-patrão da TVI, tem andado a comprar editoras. Primeiro foi a Texto, depois a ASA, mais umas quantas menos conhecidas, e agora também a Caminho. A Caminho, desde sempre ligada ao Partido Comunista, tem no seu catálogo alguns autores best-seller: Alice Vieira, Ana Maria Magalhães & Isabel Alçada (três casos de sucesso da literatura para a infância), Sophia e Saramago. Parece que a ordem é esta. Compreensivelmente, não abre mão deles. Os outros podem ir às urtigas. Que foi para onde foram 35 trabalhadores da casa. Portanto, 35 despedimentos. Os que não foram despedidos foram deslocalizados da Avenida Gago Coutinho, no centro de Lisboa, para o Cacém, que fica a 20km. É impressão minha, ou não ouvi os habituais protestos dos sindicatos? O casarão onde funcionava a Caminho vai ser a sede da Fundação Saramago, mas nenhuma das entrevistas recentes feitas ao Nobel esclarece em que condições o imóvel (cujo valor imobiliário excede largamente um milhão de euros) muda de proprietário. Se calhar não temos nada com isso. A transparência só se aplica aos outros.
Adenda às 18:25h. Corrigi uma inexactidão: onde estava Alcabideche, devia estar (como está agora) Cacém. Não muda o fundo à questão. Quanto ao casarão da Avenida Gago Coutinho, diz-me um amigo bem informado que a moradia é pertença do PCP, tendo naturalmente ficado de fora do negócio, o que facilita a instalação da anunciada Fundação.»

Eduardo Pitta in http://daliteratura.blogspot.com/2007/07/portas-que-abril-fechou.html
«18 Julho 2007 Caminhos cruzados

Depois do iberismo de Mário Lino que foi (1989-1990) Presidente do Conselho de Administração da Editorial Caminho, SA e Presidente do Conselho de Administração da Editorial Avante, SA, aí temos o iberismo de Saramago sobre o qual seria agora interessante ouvir Mário Lino... Mas, vindo de onde vem, não menos interessante deixa de ser o texto hoje divulgado por José Paulo Gascão, Miguel Urbano Rodrigues e Rui Namorado Rosa, editores da revista electrónica O Diário.info e que pode ser lido → AQUI, pronto a imprimir.»

Carlos Albino in http://notasverbais.blogspot.com/2007/07/caminhos-cruzados-leiam-sff.html
«08-06-2007 Que Caminho para que Destino ?

Consta-se no meio editorial e político que a Editorial Caminho foi vendida a Paes do Amaral. Consultado o site da editora, nada encontrei sobre o tema, mas asseguram-me fontes bem informadas que o negócio está já consumado.O que terá levado o PCP "accionista" a vender a Paes do Amaral capitalista, uma das mais prestigiadas editoras portuguesas, onde pontificam alguns dos melhores autores portugueses, com destaque para o prémio nobel José Saramago ?Ou a oferta foi absolutamente milionária e, portanto, irrecusável ou a venda de activos desta natureza e valor só ocorrem porque quem vende precisa libertar-se de um fardo ou realizar dinheiro para outras necessidades prioritárias.Donde resultam as interrogações: a proposta foi milionária e os ex-detentores da Caminho vão ter agora um futuro tranquilo e feliz ? A Caminho era já um fardo insuportável ? Ou estava a ser necessário realizar dinheiro urgentemente ?Uma coisa me parece certa, vender uma jóia da coroa, é sempre um sinal de fragilidade e um desapontamento. Ainda por cima, porque levanta muitas preocupações para o futuro e não apenas para o domínio da edição literária...E AGORA, QUE CAMINHO ?»

«Comentário: herético disse...
"vender uma joia da coroa é sinal de fragilidade. e um desapontamento..."nem mais...abraços
09 Junho, 2007 20:46»


Rui Pinheiro in http://linguadeperguntador.blogspot.com/2007/06/qual-o-caminho.html